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sexta-feira, janeiro 07, 2011

Carta breve

Achei que tu não fosse ligar e que tudo ia voltar a ser o que sempre foi nesses últimos 7 anos... uma vida sem você, histórias sem você, risos e choros sem você, e agora eu sinceramente não sei o que vai ser daqui pra frente, não sei se devo acreditar na tua palavra, eu quase te fiz jurar que não iria me esquecer, que iria me procurar e começar a cuidar da gente.
No fundo a gente sempre gostou de você, mesmo com as mentiras e ilusões nós sempre achávamos que você iria aparecer, afinal de contas com alguma coisa eu TINHA que ter esperança não é mesmo? E será que agora eu TENHO alguma esperança em relação a gente? Você sumiu por muito tempo, tudo mudou, eu cresci e você não vivenciou isso comigo, eu me machuquei demais, quebrei a cara por diversas vezes e você? Onde esteve por todo esse tempo? Será que em algum dia dessa sua vidinha pacata, você ouso em pensar em mim? Ou na Hay? Não ? Que dúvida, e sabe que mesmo que você negue o que eu afirmei acima é meio difícil acreditar, afinal de contas você era o meu pai, por que pra mim tu não passa de um estranho, e normalmente eu não chamo os desconhecidos de pai ou de mãe, acho que essas palavras carregam muita responsabilidade, uma responsabilidade que você não tem, afinal de contas você gerou tanta gente que não sabe nem como está vivo até hoje, eu não consigo imaginar como um pai consegue ficar longe dos filhos, abandonar e esquece-los e depois de tanto tempo vir com uma dúzia de lágrimas fingidas pra se fingir de vitima, eu não consigo acreditar em você, suas piadas são tão sem graça, eu não sei o que eu puxei de você, espero que não seja essa vontade louca de fazer filhos e não criar nenhum, acho que não vou ser infantil a esse ponto papai.

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