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sexta-feira, maio 27, 2011

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Estava-me remexendo na cama, como nós fazemos com a comida no prato quando satisfeitos. As luzes do pisca-pisca colocado como artigo de decoração ao redor de minha janela, piscavam intercaladamente o que me agoniava.

Sentia o peso do dia que se ia com a noite sobre os meus ombros, estava cansada e querendo repousar em um lugar seguro e quente, e era justamente o que a minha cama não me proporcionava, estava gelado e inseguro de mais, nunca havia me sentindo daquele jeito, tão dependente.

Não se passaram cinco minutos e alguém – preocupado comigo, presumo – bateu na porta. Estava certa, mamãe com o seu jeito meigo e de mãe, me entregou uma xícara de chá quente e pergunto se eu estava bem. - Tudo bem Emma? – disse mamãe. Tudo, tudo. – eu menti.

Não queria atormentá-la e lhe criar preocupações desnecessárias, afinal de contas sou apenas uma adolescente com os problemas idiotas de qualquer adolescente.


Continuei virando de um lado para o outro, procurando a melhor posição para poder ou ao menos tentar sonhar e consegui.

Acordei atrasada, vesti a primeira roupa que vi pela frente, arrumei o meu Black Power, passei lápis e um gloss, peguei os meus materiais e voei para o ponto do ônibus. Durante a viagem, liguei o Ipod e fiquei escutando Flora Matos, uma das minhas cantoras de rap favoritas.

Ao chegar ao colégio me deparei com um cartaz enorme informando que havia por perto um canil com cães em adoção e que era preciso verba para que o canil continuasse aberto. O meu coração se contraiu de todas as formas possíveis, tudo bem que eu nem era tão fã de animais assim, mas continuei... Procurei pessoas interessadas por essa causa e comecei a batalhar.

Há alguns meses atrás qualquer criatura ciente que estudasse naquele local, não ousaria a se comportar de tal forma, em outras palavras: apoiar a minha iniciativa.

Tudo isso por que, bem, o passado condena a todos... Velha desculpa. Enfim, estive com alguns problemas, álcool, cabeça fraca e falsidade, isso gerou inúmeras confusões. Mas melhorei, acredite.

Combinei com alguns alunos interessados uma reunião na cantina, infelizmente as pessoas não levaram muita fé na minha mudança, e apareceram por lá os meus amigos de sempre, a Bia e o Erick.

– Olá, olá. Disse um pouco abatida.
– O que aconteceu Emma? – Perguntou Bia, com um tom de preocupação.
– Viemos apenas nós três para a reunião, Bia. – Erick respondeu, graças a alguma força divina, o menino era inteligente e sempre pegava as coisas no ar.

Conversamos e trocamos diversas idéias a respeito do assunto. O nosso prazo era curto, mas estávamos cientes de que não iríamos desistir, apesar de não entender os motivos pelo qual estava tão empolgada em persistir e lutar por essa causa resolvi seguir o coração, a intuição ou um pouco dos dois.


Continua.

Um comentário:

  1. Nossa que legal aqui.
    Vem fazer uma visita aqui e tome uma xícara de chá. http://michellamb.blogspot.com

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