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sexta-feira, maio 06, 2011

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Os dias continuaram a se passar e durante todos os dias até o fim da gestação, passei a sonhar com Pablo, seria isso um sinal? Tantos sinais... A falta que eu sentia dele com certeza era o maior sinal de todos. O sinal da dor, de um coração partido e a partir de agora seria reatado, sim, eu estava ganhando um bebê, recebendo o meu maior tesouro nos braços, não pude conter, as lágrimas escorriam, a saudade cessava é, ele havia chegado.

Dias após o parto, recebi uma carta anônima que dizia o seguinte.

“Eu sempre soube que você ficaria linda grávida.
Sua falta me faz falta. Meu sorriso já deixou de ser sorriso e virou um simples borram em meu semblante, meus dias são torturas constantes, sem você não tenho rumo...
Só queria que soubesse que nada faz sentido sem você. Nada!”


Gelei, nada fazia sentido sem mim?! E por que a droga da ausência?
Não havia remetente na carta, mas não me restavam dúvidas, era ele.
Após ler, gelar e me remoer, tive a sensação de que as coisas poderiam voltar a ser como já foram um dia... Talvez fosse ilusão, como para muitos poetas que insistem em dizer que a vida é uma ilusão, entretanto, para mim a vida vai muito, além disso, é emoção, amor, paixão, suspense, comédia, falsidade, tudo, tudo isso bem misturado e com uma boa dose de pimenta, só pra sofrer um pouquinho, mas talvez isso seja apenas ilusão... -comentei entre risos.

Ouvi um choro. Coloquei a carta na mesa e a minha profissão me chamava. Sim, ser mãe é a melhor das profissões. Sem dúvida. Peguei o Pablo no colo, ele abriu um sorriso de iluminar qualquer rastro de escuridão, ele era tão lindo.

O relógio no seu tic-tac interminável, não sessou e após algum tempo, mais um sinal chegou.
Estava escuro e eu me encontrava na casa de uma amiga, havia levado o Pablo para conhece-lá. Ela se encantou, passamos boa parte da noite conversando, rindo e trocando fraldas, à hora da partida havia chegado me despedi como de costume e ao sair pela porta, havia me deparado com um conjunto de balões vermelhos presos entre os galhos das árvores que faziam sombra a casa de minha amiga, olhei para eles e não me recuei, sabia que havia algo, balões vermelhos? Seria mesmo o Pablo, mas por que se esconder feito louco?

Vasculhei em cada galho daquelas arvores, até achar o que procurava, havia um bilhete e dizia o seguinte:

“Meu amor, desculpa por ter lhe deixado, foi duro partir, mas o momento do reencontro há de chegar.”
Minha vontade era de fazer ele engolir cada pedaço daquele papel, como ele teve coragem? E ainda sujou a sacada da minha amiga.
Continua.


Por: Hallana Vitória

Um comentário:

  1. Wow, adorei *-* Vou ler os outros capitulos <3
    http://prontaparacrescer.co.cc

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