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quinta-feira, abril 21, 2011

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Eu era uma garota com os meus 17 anos e você com os seus quase 30 me encantava de uma forma tão estranha, tão forte. Era inevitável pensar em outra doença a não ser o amor.

Nós passávamos as tardes sorrindo e rindo, do nada e de nós mesmos, éramos felizes, nos entendíamos entre olhares, nos respeitávamos, éramos cúmplices um do outro.

Tudo era perfeito demais, bonito de mais...

Algo não estava certo. Eu percebi o seu olhar, algo havia mudado, lágrimas escorriam sem motivo aparente, algo me assustava... O nosso futuro. Você se foi, e entre nós na garganta e um coração partido, você me deu um adeus baixinho.

Há um tempo eu havia lhe dito que o melhor pra você era o melhor pra mim, pois bem, eu estava errada.

Passaram se três semanas e eu já não conseguia digerir coisa alguma, vivia constantemente com frio, sentia um imenso vazio, a única solução seria a sua volta, algo extremamente impossível, pois nem do seu paradeiro eu tinha conhecimento.


Dias depois visitei o médico, um senhor com o cabelo grisalho, tão educado e simpático que não êxito em perguntar se a minha menstruação estava regular, era uma pergunta digna de ginecologista, algo não estava bem. Ele me pediu alguns exames e disse que tinha uma dúvida a respeito do meu caso, mas não era nada de muita importância.

Passaram se mais alguns dias e os sintomas vieram à tona, desmaios constantes, enjôos constantes, desejos constantes. Sinal de alerta, seria isso um filho? Pensei me corroendo por dentro e como conseqüência entrei em estado de choque.

Acordei no hospital, minha mãe estava tão preocupada, ela mal sabia que eu havia feito o que não devia, uma juventude perdida? Talvez a opinião alheia não me afetasse como tantas pessoas imaginam afetar. Para mim esse bebê seria um anjo na minha vida. Um anjo que Pablo deixou para me fazer companhia. Aquela criança representaria o amor em minha vida.

As pessoas me olhavam com outros olhos e cochichavam entre si coisas do tipo: a Greta está grávida, que horror, ela parecia tão certinha... Mas, por algum acaso o amor deixou de ser certo? Por algum motivo, ter um filho é algo errado? A meu ver o que havia de errado era esse julgamento extremo e nojento.

Afinal de contas a vida era minha e o filho também.

Passaram se quatro meses e eu já estava com cinco meses e meio. Pelo fato de sempre ter sido magra, a barriga se adequou ao meu corpo. Senti enjôos e vontades estranhas somente no início da gestação.

Minha mãe e eu sempre fomos grandes amigas e após uma simples conversa ela aceitou que eu iria ser uma mãe solteira.
Continua.
Por: Hallana Vitória.

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